"Te olho nos olhos
E você reclama
Que te olho muito profundamente
Desculpa...
Tudo que vivi
Foi profundamente!
Eu te ensinei quem sou
E você
Foi me tirando os espaços entre os abraços
Guarda-me apenas uma fresta
Eu que sempre fui livre
Não importava os que os outros dissesem
Até onde posso ir pra te resgatar?
Reclama de mim
Como se tivesse a possibilidade de eu me inventar de novo
Desculpa se te olho profundamente
Rente a pele
A ponto de ver os ancestrais nos seus traços
A ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos
Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos
Eu não vou renunciar a mim
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante
Errante
Sujo
Livre
Quente
Eu quero estar vivo
E permanecer te olhando profundamente"
a primeira carta
Há 9 anos
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